Funções da Linguagem - Enem e Vestibulares - Exercícios
Seja para o Enem, seja para os demais vestibulares, as funções da linguagem são um dos assuntos mais recorrentes! Logo, vale a pena revisá-las por meio de alguns exercícios!
Veja também: Funções da linguagem - TEORIA.
1. (Ita 1999) Assinale a opção que apresenta a função da linguagem predominante nos
fragmentos a seguir:
( I )
Maria Rosa quase que aceitava, de uma vez, para resolver a situação, tal o embaraço em que se achavam. Estiveram um momento calados.
- Gosta de versos?
- Gosto...
- Ah...
Pousou os olhos numa oleografia.
- É brinde de farmácia?
- É.
- Bonita...
- Acha?
- Acho... Boa reprodução...
(Orígenes Lessa. O FEIJÃO E O SONHO)
( II )
Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública.
E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Para a grande glória de Deus.
Ele: - Pois é.
Ela: - Pois é o quê?
Ele: - Eu só disse "pois é"!
Ela: - Mas "pois é" o quê?
Ele: - Melhor mudar de conversa porque você não me entende.
Ela: - Entender o quê?
Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já.
(Clarice Lispector. A HORA DA ESTRELA)
a) Poética.
b) Fática.
c) Referencial.
d) Emotiva.
e) Conativa.
2. (Ita 1998) Assinale a opção cujo emprego da linguagem mostra intenção de imparcialidade do locutor em relação ao assunto de que trata.
a) A Avenida Paulista foi brutalmente tomada de assalto pelo movimento. Aos ruidosos trabalhadores rurais juntaram-se os marginalizados desempregados da cidade. Todos, revoltadíssimos, vociferavam palavrões contra as vergonhosas medidas do governo.
b) O Corinthians, "derrotado" antes mesmo da peleja em Montevidéu, enfrentando um adversário terrível, obteve a mais notável vitória dos clubes nacionais fora de nossas fronteiras. Clube algum elevou tão alto o prestígio do futebol do Brasil.
c) Finalmente, o famigerado projeto de Lei de lmprensa seguirá para apreciação em plenário. Seu texto, porém, nebuloso por não fixar limites para as indenizações por calúnia, injúria e difamação, significará tão somente uma espada de Dâmocles sobre nossos injustiçados e perseguidos jornalistas.
d) O protesto "Abra o olho, Brasil", que atraiu ínfima atenção para uma causa honestíssima - a gigantesca dívida social, foi um mero e fracassado truque: aproveitar a legítima insatisfação da maioria para vitaminar o radical PT e, por tabela, criar um ambiente para a ambicionada sucessão presidencial.
e) Há, na sociedade moderna, uma espécie de corredor comercial - editor, distribuidor, livreiros etc.- pelo qual deve passar a obra literária, antes que se cumpra sua natureza social, de criar um espaço de interação estática entre dois sujeitos: o autor e o leitor.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A ROSA DE HIROXIMA
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinicius de Moraes, Antologia poética.
3. (Fuvest 2011) Os aspectos expressivo e exortativo do texto conjugam-se, de modo mais evidente, no verso:
a) "Mudas telepáticas". (V. 2)
b) "Mas oh não se esqueçam". (V. 9)
c) "Da rosa da rosa". (V. 10)
d) "Estúpida e inválida". (V. 14)
e) "A antirrosa atômica". (V. 16)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Business Intercontinental da Iberia.
Mais espaço entre as poltronas.
Viajar virou sinônimo de relaxar. Principalmente quando você tem à sua disposição uma poltrona de design ergonômico com maior capacidade para reclinar e 132 cm de espaço entre a sua poltrona e a da frente. Além disso, você conta com mais de 300 salas VIP em aeroportos no mundo todo e pode acumular e utilizar pontos no seu programa de milhagens voando com qualquer linha aérea da aliança oneworld. Business Intercontinental da Iberia. Sorria.
4. (Fuvest 2001) Entre os recursos de persuasão empregados no texto verbal do anúncio, só NÃO ocorre o uso de
a) termos técnicos.
b) trocadilhos.
c) apelo direto ao leitor.
d) enumeração acumulativa de vantagens.
e) expressões em inglês.
5.
(Enem PPL 2018) "Escrever não é uma questão
apenas de satisfação pessoal", disse o filósofo e educador pernambucano Paulo
Freire, na abertura de suas Cartas a Cristina, revelando a importância
do hábito ritualizado da escrita para o desenvolvimento de suas ideias, para a
concretização de sua missão e disseminação de seus pontos de vista. Freire
destaca especial importância à escrita pelo desejo de "convencer outras
pessoas", de transmitir seus pensamentos e de engajar aqueles que o leem na
realização de seus sonhos.
KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88, out. 2013.
Segundo o fragmento, para Paulo Freire, os textos devem exercer, em alguma medida, a função conativa, porque a atividade de escrita, notadamente, possibilita
a) levar o leitor a realizar ações.
b) expressar sentimentos do autor.
c) despertar a atenção do leitor.
d) falar da própria linguagem.
e) repassar informações.
6. (Enem PPL 2016) Pedra sobre pedra
Algumas fazendas gaúchas ainda preservam as taipas, muros de pedra para cercar o gado. Um tipo de cerca primitiva. Não há nada que prenda uma pedra na outra, cuidadosamente empilhadas com altura de até um metro. Engenharia simples que já dura 300 anos. A mesma técnica usada no mangueirão, uma espécie de curral onde os animais ficavam confinados à noite. As taipas são atribuídas aos jesuítas. O objetivo era domar o gado xucro solto nos campos pelos colonizadores espanhóis.
FERRI, M. Revista Terra da Gente, n. 96, abr. 2012.
Um texto pode combinar diferentes funções de linguagem. Exemplo disso é Pedra sobre pedra, que se vale da função referencial e da metalinguística. A metalinguagem é estabelecida
a) por tempos verbais articulados no presente e no pretérito.
b) pelas frases simples e referência ao ditado "não ficará pedra sobre pedra".
c) pela linguagem impessoal e objetiva, marcada pela terceira pessoa.
d) pela definição de termos como "taipa" e "mangueirão".
e) por adjetivos como "primitivas" e "simples", indicando o ponto de vista do autor.
7. (Enem PPL 2015) Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO)
Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio Goeldi, no Pará
O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o nome científico do animal raro descoberto em Rondônia. Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de História Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Nenhum deles tem a descrição exata de localidade, apenas "América do Sul". A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas agora foi divulgada.
XIMENES, M. Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.
A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial da linguagem. No texto, essa predominância evidencia-se pelo(a)
a) recorrência de verbos no presente para convencer o leitor.
b) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da informação.
c) questionamento do código linguístico na construção da notícia.
d) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de comunicação com o leitor.
e) emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções do autor.
8. (Enem PPL 2015) Perder a tramontana
A expressão ideal para falar de desorientados e outras palavras de perder a cabeça
É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra, "perder a tramontana" significa deixar de ver a estrela polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado dos montes, que guiava os marinheiros antigos em suas viagens desbravadoras.
Deixar de ver a tramontana era sinônimo de desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o céu estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida, imprevista; já ó Norte tinha como referência no firmamento um ponto luminoso conhecido como a estrela Polar, uma espécie de farol para os navegantes do Mediterrâneo, sobretudo os genoveses e os venezianos. Na linguagem deles, ela ficava trasmontes, para além dos montes, os Alpes. Perdê-la de vista era perder a tramontana, perder o Norte.
No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita gente não resiste a elas e entra em parafuso. Além de perder as estribeiras, perde a tramontana...
COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.
Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão "perder a tramontana". Ao tratar do significado dessa expressão, utilizando a função referencial da linguagem, o autor busca;
a) apresentar seus indícios subjetivos.
b) convencer o leitor a utilizá-la.
c) expor dados reais de seu emprego.
d) explorar sua dimensão estética.
e) criticar sua origem conceitual.
9. (Enem PPL 2015) Manter as contas sob controle e as finanças saudáveis parece um objetivo inatingível para você? Tenha certeza de que você não está sozinho. A bagunça na vida financeira compromete os sonhos de muita gente no Brasil. É por isso que nós lançamos, pelo terceiro ano consecutivo, este especial com informações que ajudam a encarar a situação de forma prática. Sem malabarismos - mas com boa dose de disciplina! - é possível quitar as dívidas, organizar os gastos, fazer planos de consumo que caibam em seus rendimentos mensais e estruturar os investimentos para fazer o dinheiro que sobra render mais.
Ter dinheiro para viver melhor está diretamente relacionado a sua capacidade de se organizar e de eleger prioridades na hora de gastar. Aceite o desafio e boa leitura!
Você S/A, n. 16, 2011 (adaptado).
No trecho apresentado, são utilizados vários argumentos que demonstram que o objetivo principal do produtor do texto, em relação ao público-alvo da revista, é
a) conscientizar o leitor de que ele é capaz de economizar.
b) levar o leitor a envolver-se com questões de ordem econômica.
c) ajudar o leitor a quitar suas dívidas e organizar sua vida financeira.
d) persuadir o leitor de que ele não é o único com problemas financeiros.
e) convencer o leitor da importância de ler essa edição especial da revista.
10. (Enem PPL 2015) 1. Conecte-se
Estabeleça relações com a sua volta. Os relacionamentos são a base da vida diária e investir tempo neles enriquecerá seu dia e garantirá apoio quando precisar. As pesquisas mostram que quem tem menos de três pessoas em sua rede de contatos próxima - entre família e amigos - tem mais chance de desenvolver uma doença mental.
2. Seja ativo
Caminhe ou corra, ande de bicicleta, pratique um esporte, dance. Os exercícios fazem as pessoas se sentirem bem - o importante é cada pessoa achar a atividade que lhe dá prazer e que é adequada a seus limites. Estudos de longo prazo sugerem que a prática de uma atividade física previne o declínio das capacidades mentais e protege contra a ansiedade e a depressão.
3. Preste atenção
Seja curioso, saboreie os momentos da vida e tome consciência de como se sente. Refletir sobre suas experiências ajuda a descobrir o que realmente importa e garantir que você viva o presente. Uma pesquisa mostrou que pessoas treinadas a prestar atenção em seus sentimentos durante oito a 12 semanas apresentaram melhora no bem-estar por anos.
4. Continue aprendendo
Tente algo novo, matricule-se em um curso, faça uma nova tarefa no trabalho. Tente consertar algo em casa. Aprenda a tocar um instrumento ou a cozinhar. Escolha um desafio que você vai gostar de perseguir. Os estudos sugerem que o bem-estar está ligado a ter metas - desde que elas sejam estabelecidas pelos próprios indivíduos e tenham a ver com seus valores pessoais.
5. Doe-se
Agradeça a alguém, ajude um amigo ou um estranho. Sorria, faça trabalho voluntário, junte-se à associação do bairro. Olhe para fora, além de olhar para dentro de si. Fazer parte de uma comunidade traz benefícios - entre eles relações sociais mais significativas. As pesquisas mostram que as pessoas que têm um interesse maior pelo outro tendem a se considerar mais felizes.
Disponível em: www.revistaepoca.globo.com. Acesso em: 27 fev. 2012.
Ao interagirmos socialmente, é comum deixarmos claro nosso posicionamento a respeito do assunto discutido. Para isso, muitas vezes, recorremos a determinadas estratégias argumentativas, dentre as quais se encontra o argumento de autoridade.
Considerando o texto em suas cinco partes, constata-se que há o emprego de argumento de autoridade no trecho:
a) "Seja curioso, saboreie os momentos da vida e tome consciência de como se sente. Refletir sobre suas experiências ajuda a descobrir o que realmente importa".
b) "As pesquisas mostram que quem tem menos de três pessoas em sua rede de contatos próxima [...] tem mais chances de desenvolver uma doença mental."
c) "Caminhe ou corra, ande de bicicleta, pratique um esporte, dance. Os exercícios fazem as pessoas se sentirem bem".
d) "Tente algo novo, matricule-se em um curso [...] Escolha um desafio que você vai gostar de perseguir."
e) "Fazer parte de uma comunidade traz benefícios - entre eles relações sociais mais significativas."
11. (Enem cancelado 2009)
A figura é uma adaptação da bandeira nacional. O uso dessa imagem no anúncio tem como principal objetivo
a) mostrar à população que a Mata Atlântica é mais importante para o país do que a ordem e o progresso.
b) criticar a estética da bandeira nacional, que não reflete com exatidão a essência do país que representa.
c) informar à população sobre a alteração que a bandeira oficial do país sofrerá.
d) alertar a população para o desmatamento da Mata Atlântica e fazer um apelo para que as derrubadas acabem.
e) incentivar as campanhas ambientalistas e ecológicas em defesa da Amazônia.
12. (Enem cancelado 2009) Em uma famosa discussão entre profissionais das ciências biológicas, em 1959, C. P. Snow lançou uma frase definitiva: "Não sei como era a vida antes do clorofórmio". De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabemos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um microscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela seria se ele não tivesse sido inventado.
PIZA, D. Como era a vida antes do computador? OceanAir em Revista, nº 1, 2007 (adaptado).
Neste texto, a função da linguagem predominante é
a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do plural.
b) referencial, porque o texto trata das ciências biológicas, em que elementos como o clorofórmio e o computador impulsionaram o fazer científico.
c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois mundos distintos: o das ciências biológicas e o da tecnologia.
d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor de que o clorofórmio é tão importante para as ciências médicas quanto o computador para as exatas.
e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o redator está tentando convencer o leitor de que é impossível trabalhar sem computador, atualmente.
13. (Enem cancelado 2009) Ouvir estrelas
"Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo
perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda noite, enquanto
a Via-Láctea, como um pálio aberto,
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?" Que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.
Ouvir estrelas
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
é, meu amigo, assunto p'ra um poema.
Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
As estrelas que dizem? Que sentido
têm suas frases de sabor tão raro?
Amigo, aprende inglês para entendê-las,
Pois só sabendo inglês se tem ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.
A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que,
a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa.
b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como "dir-vos-ei sem pejo" e "entendê-las".
d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho "Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p'ra um poema."
e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas.
14. (Enem cancelado 2009)
O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para utilizá-los em situações específicas de interlocução. A necessidade de criar dispositivos que permitissem o diálogo em momentos e/ou lugares distintos levou à adoção universal de alguns desses sistemas. Considerando que a interpretação de textos codificados depende da sintonia e da sincronia entre o emissor e o receptor, pode-se afirmar que a
a) recepção das mensagens que utilizam o sistema simbólico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua emissão.
b) recepção de uma mensagem codificada com o auxílio do sistema simbólico mostrado na figura 2 independe do momento de sua emissão.
c) mensagem que é mostrada na figura 4 será decodificada sem o auxílio da língua falada.
d) figura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é anterior à criação do sistema mostrado na figura 2.
e) figura 4 representa um sistema simbólico que recorre à utilização do som para a transmissão das mensagens.
15. (Enem 2ª aplicação 2016) Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.
No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela
a) atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal.
b) utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico.
c) indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada.
d) enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto.
e) apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, onde, quando e o quê.
16. (Enem 2018) Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. "Na Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o recurso do Whatscine!", diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. "No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetáculos deles! Isso já é um avanço. Concorda?"
Disponível em: https://veja.abril.com.br. Acesso em 25 jun. 2014 (adaptado).
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a linguagem apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a função referencial da linguagem, porque há a presença de elementos que
a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.
c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.
e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.
17. (Enem 2018) A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo
Resumo: Este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, especialmente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza presentes em comércios do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de estereótipos negativos nessas imagens dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira. A análise do material imagético aponta a desvalorização estética do negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio do uso dos produtos apresentados. O discurso midiático-publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída e atuante no cotidiano. Frente a essa discussão, sugere-se que o trabalho antirracismo, feito nos diversos espaços sociais, considere o uso de estratégias para uma "descolonização estética" que empodere os sujeitos negros por meio de sua valorização estética e protagonismo na construção de uma ética da diversidade.
Palavras-chave: Estética, racismo, mídia, educação, diversidade.
SANT'ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo. Dossiê: trabalho e educação básica. Margens Interdisciplinar. Versão digital. Abaetetuba, n. 16. jun. 2017 (adaptado).
O cumprimento da função referencial da linguagem é uma marca característica do gênero resumo de artigo acadêmico. Na estrutura desse texto, essa função é estabelecida pela
a) impessoalidade, na organização da objetividade das informações, como em "Este artigo tem por finalidade" e "Evidencia-se".
b) seleção lexical, no desenvolvimento sequencial do texto, como em "imaginário racista" e "estética do negro".
c) metaforização, relativa à construção dos sentidos figurados, como nas expressões "descolonização estética" e "discurso midiático-publicitário".
d) nominalização, produzida por meio de processos derivacionais na formação de palavras, como "inferiorização" e "desvalorização".
e) adjetivação, organizada para criar uma terminologia antirracista, como em "ética da diversidade" e "descolonização estética".
18. (Enem 2017) TEXTO I
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa.Rio de Janeiro: José Olympio. 1989.
TEXTO II
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie - nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego.São Paulo: Brasiliense, 1986.
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos textos I e II
a) destaca o "como" se elabora a mensagem, considerando-se a seleção, combinação a sonoridade do texto.
b) coloca o foco no "com o que" se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto.
c) focaliza o "quem" produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões pessoais.
d) orienta-se no "para quem" se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu comportamento.
e) enfatiza sobre "o quê" versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas.
19. (Enem 2013) Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada
no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se
pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.
O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela
a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida.
20. (Enem 2012) Desabafo
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função de linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
21. (Enem 2011) É água que não acaba mais
Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Pará
(UFPA) apontaram o Aquífero Alter do Chão como o maior depósito de água potável
do planeta. Com volume estimado em 86 000 quilômetros cúbicos de água doce, a
reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá.
Essa quantidade de água será suficiente para abastecer a população mundial
durante 500 anos, diz Milton Matta, geólogo da UFPA. Em termos comparativos,
Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água do Aquífero Guarani (com 45
000 quilômetros cúbicos). Até então, Guarani era a maior reserva subterrânea do
mundo, distribuída por Brasa, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Época. Nº623. 26 abr. 2010.
Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação, apresenta
resultados de uma pesquisa cientifica realizada por uma universidade
brasileira. Nessa situação específica de comunicação, a função referencial da
linguagem predomina, porque o autor do texto prioriza
a) as suas opiniões, baseadas em fatos.
b) os aspectos objetivos e precisos.
c) os elementos de persuasão do leitor.
d) os elementos estéticos na construção do texto.
e) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa.
22. (Enem 2011) Pequeno concerto que virou canção
Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
VANDRE. G. Disponível em: https://www.letras.terra.com.br. Acesso em 29 jun.
2011.
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor
a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.
b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção.
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento.
d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção.
e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.
23. (Enem 2010) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Predomina no texto a função da linguagem
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem,
d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
Resposta da questão 2:
[E]
Resposta da questão 3:
[B]
Resposta da questão 4:
[B]
Resposta da questão 5:
[A]
Resposta da questão 6:
[D]
Resposta da questão 7:
[B]
Resposta da questão 8:
[C]
Resposta da questão 9:
[E]
Resposta da questão 10:
[B]
Resposta da
questão 11:
[D]
Resposta da questão 12:
[B]
Resposta da questão 13:
[D]
Resposta da questão 14:
[C]
Resposta da questão 15:
[E]
Resposta da questão 16:
[D]
Resposta da questão 17:
[A]
Resposta da
questão 18:
[B]
Resposta da questão 19:
[D]
Resposta da questão 20:
[B]
Resposta da questão 21:
[B]
Resposta da questão 22:
[A]
Resposta da questão 23:
[E]