Tema - A democratização do acesso a museus no Brasil

10/12/2020
  • PROPOSTA ENEM: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A democratização do acesso a museus no Brasil", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
  • PROPOSTA VESTIBULARES (UNIRV, FUVEST, VUNESP ETC.): Escreva um texto dissertativo-argumentativo em prosa e utilizando-se da modalidade padrão da língua portuguesa acerca do tema: "Para se viver o presente e planejar o futuro, é necessário olhar para o passado?"
  • PROPOSTA GÊNEROS (UEG, UFU, UNICAMP ETC.): Suponha que você seja um historiador e escreva uma  CARTA DE LEITOR para o jornal O POVO, posicionando-se acerca do conteúdo do texto II desta coletânea e, em especial, acerca do questionamento: "Assim como o passado pode influenciar o presente, o presente pode influenciar o passado?"
OU

  • Suponha que você seja um historiador e tenha sido convidado por um jornal de circulação nacional para escrever um ARTIGO DE OPINIÃO acerca do tema: "Para se viver o presente e planejar o futuro, é necessário olhar para o passado?"

Texto I

Para o museólogo e professor da USP Martin Grossman, os museus devem seguir o conceito de transversalidade, em que diversas linguagens tradicionais e tecnológicas se relacionam de forma original. Outro aspecto relevante é a consideração de um parâmetro "glocal" (global + local), que reconhece a influência mútua de ações culturais realizadas no mundo a todo.

Tais aspectos teóricos nos ajudam a compreender o que acontece na prática. A real situação dos museus - e dos demais aspectos ligados à Arte - em países como o Brasil nos alerta para questões mais profundas, que dizem respeito a políticas públicas, educação formal e ampliação do acesso aos vários tipos de produção artística.

Questão política

A ampliação do acesso ao conteúdo dos museus deve, antes de tudo, passar por mudanças drásticas na forma como a população se relaciona com a cultura no geral. Em um artigo sobre Políticas Culturais no Brasil, a historiadora Lia Calabre define: "Numa democracia, a cultura deve ser encarada como expressão de cidadania. Um dos objetivos de governo deve ser, então, o da promoção das formas culturais de todos os grupos sociais [...], procurando incentivar a participação popular no processo, promovendo modos de autogestão das iniciativas culturais."

Lia enxerga, ainda, o forte papel político que a cultura exerce na sociedade: "A cidadania democrática e cultural contribui para a superação de desigualdades, para o reconhecimento das diferenças reais existentes entre os sujeitos em suas dimensões social e cultural. Ao valorizar as múltiplas práticas e demandas culturais, o Estado está permitindo a expressão da diversidade cultural."

Para o museólogo, a descentralização cultural é um fenômeno importante. A gestão de Gilberto Gil como Ministro da Cultura propiciou, segundo Martin, "um real investimento do poder público federal em patrocinar essa descentralização". Infelizmente, ele aponta, as gestões posteriores não deram efetiva continuidade às mudanças implementadas por Gil, que deixou o cargo em 2008.

Modelos para o século 21

Diante dos modelos criados em contextos históricos distintos e servindo a outros propósitos comparados aos atuais, cabe observar os exemplos que têm a cara do século 21. Cada vez mais, as construções integram espaço para exposições, bibliotecas, praças e palcos de teatro, buscando criar um espaço que possibilite o contato do público com as várias formas de manifestação cultural.

Os Museus Integrados e os Centros Culturais, experiências recentes que buscam ampliar o contato dos visitantes com as diversas áreas do conhecimento, vêm ao encontro da visão de Martin sobre a transdisciplinaridade, ou seja, a presença de "equipes compostas não só por os especialistas em arte, mas que possam pensar a inserção dos diversos equipamentos na cidade". O Museu Integrado de Roraima (MIRR), por exemplo, visa expor o patrimônio natural e cultural do estado de forma didática. Ele reúne exemplares de espécies da fauna e da flora amazônicas e elementos que recontam a história dos povos indígenas e imigrantes que compõem a história da região. Além disso, desenvolve projetos educacionais que levam a produção artística ao ambiente escolar.

Outro espaço interessante a ser analisado é o Centro Cultural São Paulo, que, juntamente com os Sescs, é incluído nessa nova dinâmica. O CCSP abrigou até 28/7 a exposição "Metrô de Superfície II", com curadoria de Bitu Cassundé e Clarissa Diniz e obras de onze dos novos nomes que protagonizam a produção artística contemporânea do Nordeste brasileiro, como Bruno Faria, Fabiano Gonper, Lourival Cuquinha, Vitor Cesar e Yuri Firmeza. Sobre a exposição, Bitu Cassundé afirma: "É de grande importância para o circuito de arte nordestino esse tipo de atitude, pois estimula o fomento e a circulação da nossa produção. Além do pensamento crítico, possibilita às pessoas de outras regiões conhecer a produção contemporânea desenvolvida a partir do nordeste brasileiro. A recepção do público foi bastante satisfatória. "

O museus e os públicos

Bitu, que atualmente integra o conselho curatorial do Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Ceará, entende que os principais museus brasileiros mediam de forma satisfatória sua relação com o público, mas aponta a necessidade de ver a questão de uma forma mais ampla. "Essa aproximação do público com a arte é uma questão que deve ser lapidada na escola, é uma lacuna educacional, cultural. O museu é um importante mecanismo de ativação desse processo, de aproximação, de educação, porém precisamos de estratégias educacionais de base, ou seja, na família e na escola", comenta.

Até meados do século 20, mais precisamente o fim da década de 1960, os museus estavam diretamente relacionados com a ideia de poder (econômico, religioso, etc.). A aproximação com o público de que falamos aqui está alinhada aos diversos questionamentos acerca da Arte produzida hoje. Desde aquela época, surgiram muitas propostas de democratização do acesso às obras. Entretanto, elas têm que batalhar com os interesses comerciais de uma lógica que transforma a produção artística em mais um bem de consumo disponível para poucos.

As novas formas de pensar o papel do museu na atualidade parecem convergir para a integração entre as várias áreas do conhecimento (o conceito de tranversalidade explorado por Martin) e o diálogo com ações educacionais, combatendo a segmentação e o isolamento social que, em outras épocas, caracterizaram esse tipo de construção.

Os sociólogos franceses Pierre Bourdieu e Alain Darbel certa vez afirmaram: "a freqüência dos museus - que aumenta consideravelmente à medida que o nível de instrução é mais elevado - corresponde a um modo de ser, quase exclusivo, das classes cultas". Talvez agora seja o momento em que essa lógica se inverterá e que poderemos ver, nas próximas décadas, cada vez mais pessoas conhecendo e interagindo com todos os tipos de arte.

Disponível em: https://jornalismojunior.com.br/os-museus-brasileiros-e-a-democratizacao-do-acesso-a-arte/ 

Texto II

A História, na forma que nos é contada, mostra como foi o ontem e é uma ferramenta para que a sociedade consiga ter um melhor entendimento de si própria no hoje. Mas, muitas vezes, o processo ou os caminhos para chegarmos a esse tipo de conhecimento passam despercebidos. O modo como o passado é interpretado se configura como o campo de atuação da historiografia, ciência que, basicamente, estuda as maneiras que a História é produzida.

É curioso notar que a História não é um filme que passou. É uma película que pode constantemente ser editada e reinterpretada. O ontem e o hoje se relacionam intrinsecamente em uma estrada de mão dupla chamada tempo.

Historiador e professor Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Américo Souza, aponta que a compreensão de que o passado influencia a construção do presente é, em regra, até algo simples de compreender.

"Como o presente influi sobre o passado é que, por vezes, é mais difícil de perceber. Os episódios ocorridos no passado não mudam. 21 de abril de 1500 marca a chegada de Cabral à América. Isso é imutável. O que muda de acordo com o 'presente' é a percepção disso, que para uns foi uma descoberta, para outros uma invasão", exemplifica Américo.

Dessa forma, as experiências vividas no agora angulam o olhar da ciência para o antes e, inclusive, discutem qual passado é interessante de se obter uma compreensão mais apurada. "O bom historiador é aquele que olha o passado com os pés bem fincados no presente, buscando ajudar a responder inquietações dos seus contemporâneos. Por isso, neste início de século XXI, temas como o gênero e o meio-ambiente ganham espaço nos estudos históricos, porque são questões importantes no nosso tempo presente", complementa.

Disponível em:  https://www20.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2016/11/05/noticiasjornalcienciaesaude,3667693/olhar-o-passado-para-entender-o-presente.shtml#:~:text=A%20Hist%C3%B3ria%2C%20na%20forma%20que,tipo%20de%20conhecimento%20passam%20despercebidos.

Texto III

A história é uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo. Ela investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram enquanto seres sociais. Nesse sentido, o conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo.

A história é feita por homens, mulheres, crianças, ricos e pobres; por governantes e governados, por dominantes e dominados, pela guerra e pela paz, por intelectuais e principalmente pelas pessoas comuns, desde os tempos mais remotos. A história está presente no cotidiano e serve de alerta à condição humana de agente transformador do mundo.

Ao estudar a história nos deparamos com o que os homens foram e fizeram, e isso nos ajuda a compreender o que podemos ser e fazer. Assim, a história é a ciência do passado e do presente, mas o estudo do passado e a compreensão do presente não acontecem de uma forma perfeita, pois não temos o poder de voltar ao passado e ele não se repete. Por isso, o passado tem que ser "recriado", levando em consideração as mudanças ocorridas no tempo. As informações recolhidas no passado não servirão ao presente se não forem recriadas, questionadas, compreendidas e interpretadas.

A história não se resume à simples repetição dos conhecimentos acumulados. Ela deve servir como instrumento de conscientização dos homens para a tarefa de construir um mundo melhor e uma sociedade mais justa.

Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/historia/a-importancia-de-se-estudar-a-historia.htm#:~:text=Ela%20investiga%20o%20que%20os,ser%20que%20constr%C3%B3i%20seu%20tempo.&text=Ao%20estudar%20a%20hist%C3%B3ria%20nos,que%20podemos%20ser%20e%20fazer. 


"Minha pátria é minha língua"
                         Caetano Veloso
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